Após a Guerra de Tróia, o rei grego Odisseu embarcou com o seu exército de volta a ilha de Ítaca. A viagem foi retardada, contudo, quando sua frota foi aterrorizada e ameaçada pelo ataque de Lestrigões e Ciclopedes, bravio Posídon. São criaturas primitivas de uma tribo de canibais gigantes. Essa estória, criada pelo poeta grego Homero, representa a origem da humanidade em sua superação dos mitos.
No livro Com Ítaca na Mente, Beto Cavallari atualiza o status do projeto de progresso da humanidade a partir do juízo estético em Kant e sua divisão em juízo de gosto sobre o belo e o ajuizamento do sublime. Essa divisão fez emergir um campo de disputa dentre educadores que recorrem ao pensar reflexivo nas teorias estéticas para analisar a educação. Essa disputa é pautada entre a demanda por expressividade e criação de significados, e as suas ausências. Isso se traduz em teorias filo-educacionais de ensino e aprendizagem que tem como finalidade discutir o propósito da educação e produzir conhecimentos para as práticas escolares, apoiadas principalmente no:
- momento estético da experiência ou crescimento em John Dewey;
- compromisso com a ação ou natalidade em Hannah Arendt;
- infância do pensar ou filosofar em Jean-François Lyotard;
- ou ainda a expressividade original ou infância em Giorgio Agamben.
Ao atracar nesses portos, nosso autor fica Com Ítaca na mente, observando as sinalizações de cada um desses pensadores acerca da profunda formação humana. É assim que esse livro se propõe como uma viagem em busca dos sentidos do ensino. Como Odisseu, nosso autor não teme. Ele enfrenta as questões sobre subjetividade, linguagem e comunidade ao apontar para uma dupla perturbação que retarda, aterroriza, problematiza e ameaça a profunda formação humana diante das complexidades do trabalho pedagógico na educação integral no século XXI.
Que o leitor se delicie e se aterrorize com este livro.
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Jim Garrison –
Ao apontar, com propriedade, que Dewey não abordou suficientemente a fratura, o abandono, o terror, o tormento, a angústia, a desordem e outras coisas que perturbam nosso equilíbrio, Beto se coloca em uma linha de estudos semelhante à de Gert Biesta, Sharon Todd e Chris Mayo, entre outros filósofos de primeira linha da educação
Divino José da Silva –
Claro e interessante. O percurso que o autor fez no livro cria no leitor uma expectativa sobre a formação humana no século XXI
Blake Victor Henshaw –
Aprecio o valor deste livro. Hoje, como poucos, Beto entende o lugar e o papel de Dewey frente as correntes pós-modernas da educação, especialmente nesse momento em que Dewey ressurgi como o pai das reformas educacionais brasileiras
Rony Farto Pereira –
Trata-se de um livro bem escrito, que dá conta de uma pesquisa significativa e importante, a qual certamente contribuirá grandemente para os estudos da área e para fomentar a crítica, em seus leitores